segunda-feira, 30 de maio de 2011

Escarlate Digital

Segue, curte
Põe as unhas em vermelho

Bebe, dança
Videografa em HD

Posta assim,
até parece mais
postal 
do que real

              Realeza virtual.

sábado, 28 de maio de 2011

Pôr-do-sonho


                Com 40 anos de idade, qualquer uma já teria desistido de esperar pelo príncipe encantado. Menos ela.
                Sempre fora gorda, embora já houvesse seguido todo tipo de dieta. Era também  supersticiosa, e negava. Enxovalhava as apelações miraculosas das amigas quando jovem. Oxum e Santo Antônio a decepcionaram.
                Obviamente era virgem. E resmungava aos casaizinhos bobos na futilidade de um amor que viviam aos montes sob sua janela assistindo ao pôr-do-sol naquela hora perigosa do dia. Tinha uma visão melancólica do seu sobrado. Perdera as contas de quantas vezes faltou à missa por ceder tristemente ao momento rosa - alaranjado da morte solar diária.
                No domingo, dia santo, cumpriu ordinariamente os rituais da oração, do banho e do café amargamente ralo do dia anterior. Não contava a ninguém, mas era preguiçosa. Banhava-se porque sabia era obrigação de toda mulher ser asseada (e precisava estar pronta para quando ele chegasse). As roupas, sempre muito decentes e dignas. Não era mulher de andar por aí com o colo à mostra, embora muitas vezes admirava-o ao espelho. Pecava terrivelmente em segredo ao gostar de ver-se nua. Atrevia-se. Se alguém descobrisse, morreria. Ninguém a perdoaria, ninguém a desejaria como esposa; ninguém ousava.
                A missa começava às oito, e ela seria pontual, não fosse o sorriso de um imberbe sorveteiro na esquina da rua. Estava quente aquela manhã e seria um prazer inusitado. Pediu-lhe de morango e muita calda, embebida pela gentileza do rapaz.
                Recebeu Cristo por hábito, sentia-se suja pelo pensamento que lhe percorria o corpo. Voltou a casa e concluiu: era ele. Correu ao antigo armário e retirou de uma enorme caixa de costura lindamente bordada seu vestido de noiva. Ela mesma o fizera, numa época de forte regime, alcançando o tamanho 46. Não lhe servia perfeitamente, mas poderia vesti-lo, não sem a combinação perfumadíssima de jasmim. Vestiu-se até o véu e não resistiu ao espelho. Abriu os olhos finalmente: ele riria de sua atitude ridícula. Estava velha. Tinha cabelos brancos, olhar fosco, pele opaca. Não se casaria nunca.
                Foi ao jornal e anunciou:
“Vende-se um vestido de noiva. Branco. Nunca usado. Tamanho 46. Tratar com Miss Algarve.”

Julho de 2005

Não obstante

Ele só sabia que estava longe. Caminhava seguindo informações de clowns sorrindo-lhe direções que faziam sentido. Carpe diem, novo, juventude felizmente demonstrada, apreciada por quem o aplaude no caminho. Mas estava longe. Talvez soubesse que havia alguém o acompanhando em pensamento, pessoa diferente das presumíveis, que já lhe fora importante, hoje distante, difícil de conceber a proximidade que de fato existia.
Quando perto, viam-se em desencontros desconcertantemente frequentes.  Agora, além do que sobrou, caminha ele notoriamente só, perdido, pelos sonhos de quem não se afasta.

terça-feira, 17 de maio de 2011

À falta de um amigo

De você, afeto, gratidão, saudade
Rompimento difícil, triste, órfão
que não maculou admiração, orgulho
de você e de mim, lisonjeada por tê-lo dividido com a vida.

E o hoje não há mais
uma ligação que me traga
sua voz - conselho ao telefone.
Mas o que me trago ao peito é a ligação
feita forte, herdeira
de aprendizado.

No cheiro marítimo de um bairro,
no livro triste de Clarice,
ou no meio do meu trabalho
Sou um sorriso manso
e um olhar pra dentro
lembrando, sentindo, ouvindo
presente.


                               Obrigada sempre.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Texto de alunas

Meus alunos me surpreendem. Outro dia, pedi que fizessem uma crônica de humor sobre o cotidiano escolar, e olha a surpresa aí em baixo! Adorei!

Professores e suas "manias"

Todos alguma vez já pararam para observar seus professores e certamente os que ainda não fizeram, após a leitura desse texto, com certeza irão.
Sentados de frente para o quadro, eis que surgem "eles"... Os professores.
A primeira "figura" que iremos citar, não é mais nada mais nem nada menos que a nossa querida professora de inglês. Ela vive nos dando lições de moral e nos fazendo pensar em nosso futuro não tão distante. Ah! e como ela facilmente consegue mudar de um assunto para o outro totalmente diferente, além disso ela canta, dança, ri e se acha a ultima cocada preta do mundo. Apesar disso tudo, ela não deixa de sair da sala sem o seu "pequeno resumo" no quadro inteiro.
Não podemos esquecer-nos da "tampinha, mas não invisível" professora de ciências, que quase não sorri em sua aula, é jogo duro. Ela sempre da110% de seu conhecimento em todas as suas aulas, mas se quiser fazê-la sorrir... Fale sobre jegues, sim! Ela tem uma "atração" por jegues.
Matemática... Ah matemática! Matéria das emoções. Temos um bom professor que ensina bem, é amigo de seus alunos, quando preciso da umas broncas, enche a gente de atividades "pro nosso bem", mas quem nunca se questionou quando ele olha em nossa direção, mas não esta nos olhando e sim olhando para o teto? O que tem no teto? Cansamos de acompanhar seu olhar a procura de um monstro invisível, talvez?!
Aula de redação... A gente ri, escreve texto, brinca, escreve texto, faz atividades avaliativas, escreve textos e não podemos esquecer que escrevemos textos. Sim, escrevemos muitos textos. A professora da gente sempre entra na sala com um sorriso imenso no rosto, meio descabelada e muito feliz. Quando ela fala, seus olhos chegam a brilhar de emoção, ou loucura mesmo. A questão é que ela sempre, sempre nos faz lembrar Alvin e os esquilos após uma boa dose de café e nos faz rir, e nos sentir felizes mesmo escrevendo textos e mais textos.
Bom, descrevemos alguns dos nossos professores que apesar de suas não tão perfeitas perfeições nos fazem felizes, inteligentes e pessoas capazes de um futuro melhor, um futuro digno e com conhecimento. Desculpe aqueles não foram citados, não significa que não gostamos de vocês ou que vocês são menos importantes... Muito pelo contrário adoramos todos vocês.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Epopeia


Uma dor triste, um coração cicatrizado...




Que ninguém vai atender...


Não vale a pena...



Quando eu jurei meu amor eu traí a mim mesmo



Nem se atreva!