terça-feira, 30 de agosto de 2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Em busca do tempo perdido

 “O amor é o espaço e o tempo tornados sensíveis ao coração.
(Proust)

Àquela época,
saudade era do futuro.

O sommelier colhia da uva
dos vinhos que me degustava.
e ele não silenciava.

Cantavam seu uno suspiro
do beijo que ali se formara.
Ele sentindo-se Miro
e ela fazendo-se Yara.

(Bendito casmurro amanhã
lembrando quem foi capitã)

Ontem:
Irônico amor ideal
Hoje:
Platônico ou virtual.

                Saudades,
                             Sua Capitu. 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Conselho de mãe

Filha, cuidado...
Nem tudo faz mal.

Pode sair sem casaco:
o frio, às vezes, aquece

A dor da febre que teve
percebo, você não esquece.

Coberta de manhas e muros,
fingindo pra quem não conhece,

quer tanto não ser mais boba,
que, mesmo não sendo, parece.



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Condição de Gênero


Admito: a paixão é fundamentalmente feminina
e, ao menos em princípio,
subordinada.

Abaixo a paixonite esquizofrênica,
que fala sozinha
no meio do dia:
“tu ainda serás meu”.

Veja lá se isso é humano?
Muito mais construto de neuroses coletivas,
em conjunto com as condições genéticas\genéricas
do que se chama
mulher.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Como’ego (comigo)

Não quero me vestir de alter-lírico.
Hoje quem vos fala sou eu:
a outra – autora.

Depois do pseudo-apocalipse,
reavivada, reaprendo a ser-me
reaprendo a ler-me.
aprendo a ver-me.

A outra que já fui, hoje eu, aprendiz,
a prendo para que, presa,
possa eu predá-la.

Antropófaga de mim.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Peleja

Deseja
cereja.
Ou seja,
fraqueja.
Almeja
cerveja.
Maneja
bandeja.
Caleja...

Se veja:
(Criatura,
tem um bolo enorme 
carregando a cereja.)