segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Polifônico

Um pai que se faz mestre
orna com honra a sua sina.

Um mestre que se faz pai
torna destino o que ensina.

Muda caminhos,
une pessoas,
ideias
e vai.

Se os filhos se criam para o mundo,
a maior lição que aprendem
é continuar.

Ontem descobri
que, além de tudo que herdei de você,
tenho também
um irmão.

Criados juntos,
sob os mesmos ensinamentos
de um pai que só nós conhecemos,
lembramos, choramos, sorrimos e, enfim,
sonhamos.

Sonhamos com um mundo
em que o amor não precise se esconder
para não ser visto com ódio;
onde a dignidade e a altivez
não sejam simploriamente confundias
com arrogância;
um mundo que (sabemos)
é nossa missão lutar para construir.

Fraternos, herdeiros,
sigamos em frente:
há muitas pontes a construir,
línguas a traduzir,
vozes a ouvir.

Quem dera, um dia,
poder tornar o mundo
polifônico.

Em memória,
em seu nome,
faremos.


Um comentário:

Dreza Conceição disse...

Na memória, a vida é eterna!!! Bonito texto, amiga!