sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fêmina

Quando nasci,
um anjo bendito
(envolto num manto azul)
anunciou:
serás como eu,
destinada a ser costela.

Mas me fiz extremamente:
reneguei-me feminina,
enxerguei-me feminista,
sem saber que, nesta sina,
posso, menos extremista,
ser as duas, simplesmente.

Do passado renascida
tendo  força delicada,
e na causa em mim erguida,
na bandeira carregada,
em mim mesma gesto vida
em meu mundo sou jornada.

Meu futuro descortina
no que cumpro destinada:
ser moderna feminina
mesmo forte, ser cuidada.

Ser Simone se souber
Ser Amélia se quiser
Ser Clarice se puder
Ser Alice se couber

Hoje sei que tenho escolha
no direito que meu é.
E se sou de mim a dona,
eu decido:
sou mulher.




4 comentários:

Mariana Campelo disse...

Traduziu o feminismo, Ilaninha. Adorei, parabéns!

Daiane disse...

Lindo!

Chan. disse...

Uau!

Diana Motta disse...

Adoreeei a intertextualidade desse seu texto! Lembra que um dia você nos ensinou sobre intertextualidade na sua aula com o seu poema "Medo da Chuva"?