sábado, 30 de abril de 2011

Galope

Queria mesmo escrever uma carta. Sempre soube que era melhor no papel do que na voz.Parece que os acontecimentos conspiram conscientemente. O pensar positivo pode ser um iludir-se. É claro que é mais confortante pensar que “tudo tem seu momento”, mas é preciso tomar as rédeas da vida, um cavalo que não é livre, mas corre descontroladamente para onde lhe abrem um caminho tonto, desesperado, fugindo de si – rota de fuga. Escolha... De repente, depara-se com um grande  oceano em tempestade: a onda o toma e leva-o a mais uma trajetória desconhecida, na qual ele continua cavalgando, cada vez mais sufocado, em busca incansável pela perfeição do percurso, lamentando-se e  (des?)culpando-se a cada deslize fora da linha traçada pela grande força das águas. Quem dera a esse galope ter asas, chifre ou quem o governasse para tirá-lo desse afogamento agora inevitável. Talvez pudesse emergir e abrir os olhos no ar, encher o peito do mais puro ar do céu que toca o oceano na linha intocável: o sonho.

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